Ação 2. Recolha e gestão de dados referentes às capturas e evolução das abundâncias de peixes anádromos em Portugal.
A falta de informação de suporte à gestão de recursos pesqueiros é com frequência tida como o aspeto mais condicionante na gestão das pescarias. A informação obtida de forma independente das capturas declaradas pela frota pesqueira é praticamente inexistente para a generalidade das espécies-alvo. A esta falta de informação de carater científico, acresce um desfasamento relevante, entre as capturas reais e as declaradas nas estatísticas oficiais. O problema agrava-se com espécies de maior valor comercial uma vez que são facilmente escoadas para o mercado. Para além do valor comercial, as espécies anádromas têm um elevado interesse conservacionista. Pretende-se contrariar esta contrainformação, uma vez que maior conhecimento leva a uma melhor gestão e melhoria das condições dos stocks.
O principal objetivo desta ação é criar uma metodologia de recolha de dados que contrarie a crónica subdeclaração de dados oficiais de captura destas espécies, ao mesmo tempo que se estimam abundâncias das fases lavares e juvenis, de forma a estimar o recrutamento, e se avaliam as suas capturas por bycatch, isto é, por pesca acidental.
Para alcançar o objetivo pretendido são necessárias três tarefas: T2.1. Avaliação da abundância das espécies anádromas através da realização de inquéritos à comunidade piscatória; T2.2. Avaliação do recrutamento das espécies anádromas nas principais bacias hidrográficas nacionais, através de amostragens recorrendo a pesca elétrica; e T2.3. Caracterização da atividade pesqueira que captura espécies anádromas enquanto bycatch da pesca dirigida a outras espécies, através da colocação de observadores a bordo das embarcações deste segmento de frota.